sábado, 7 de dezembro de 2013

Allegro ma no troppo



Também publicado no Facebook 07/12/2013

"E aí historiador? Nenhuma linha sobre a morte do Madiba?" Em tempos de profunda comoção pela perda de um ícone de época, pouco se contesta e muito se superdimensiona seus feitos. Quem seria qualquer um de nós a questionar os feitos de um dos maiores líderes do século XX? Obviamente que lutando pela igualdade racial envolveu-se até o pescoço com a política. E nesse viés imediatamente à sua libertação da prisão, tornou-se governante de uma das principais nações do continente africano. Após 40 anos de segregação, o país elege o primeiro presidente negro de sua história. Se de ponto de vista racial e social seu governo é lembrado pelas profundas reformas, do ponto de vista econômico e social seu governo foi pífio, horrendo! Nada de distribuição de renda aos negros que passaram a gozar de igualdade racial. Aliás os negros e brancos ricos assim o continuaram pelos quatro anos de governo. Manteve-se uma política de mercado, concentrando renda e contrariando as expectativas do movimento sindical que aglutinara forças para sua eleição. Alertado sobre a epidemia da AIDS que se alastrava pelo continente, poucos recursos e forças mobilizou para o combate da doença que dizimava milhões! Em final de mandato Mandela equivocou-se na política internacional autorizando a invasão de Lesoto em nome da democracia local. Numericamente houve avanços nos investimentos em saúde e educação, mas nada que alterasse a penúria secular do povo. Critica-se muito também a pouca ênfase no julgamento e condenação dos executores do aparthaid. Aliás, manter Frederik De Klerk soou estranho para início de mandato, sendo este um dos algozes dos negros em anos anteriores. E vieram as crises "palacianas" com suas indicações aos ministérios do seu governo e as crises igualmente tão graves como as familiares. Bom, para evitar um "nem jesus cristo agradou todo mundo", convido a todos que pesquisem mais sobre o carismático líder que nos deixa. Evitem a sedução da mídia. Evitem o encantamento com as dancinhas locais que dão outra conotação ao sentimento de perda de um dos mais carismáticos líderes do século XX. 
Agora que esse bracinho erguido aí da foto é suspeito ah isso é mesmo! Não é mesmo Zé Dirceu?

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