sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sofrimento pela TV cria ( e mata) novos pop stars

Todos devem se lembar do dramático caso dos 33 trabalhadores da mina San José, no Deserto do Atacama, no Chile em 2010. Ficaram soterrados 69 dias a quase 700 metros do solo causando uma comoção mundial. Aliás, assim tem sido as tragédias com ampla cobertura midiática. Por serem transmitidas quase ao vivo, comovem por todo canto do mundo pela aparente proximidade. O correspondente estrangeiro da Rede Globo, Rodrigo Carvalho, cobriu o resgate dos mineiro do Chile em outubro de 2010. Em 2011 retornou ao país para conferir o "the day after." E produziu um excelente relato de suas impressões no livro Vivos Embaixo da Terra, Editora Globo, 2011. Em pouco mais de cem páginas sintetiza a tragédia, a solidariedade do povo chileno e todo o projeto de resgate. Mas o diferencial do livro vem do fato de localizar cada um dos mineiros após a tragédia. E apresentam números assustadores. O resgate foi acompanhado pela TV por mais de 1 bilhão de pessoas. O final da Copa da África por exemplo, não passou de 800 milhões. No Twitter, 105 milhões de internautas falaram sobre o resgate. O mesmo fenômeno se deu no Facebook e Orkut, 1.200 comentários por minuto! Saídos do "buraco", os mineiros foram agraciados com as mais diversas formas de agrado. Cheques de 10 mil dólares dados por um anônimo magnata chileno. Convites para ver jogos de importantes clubes do futebol europeu e até IPods enviados pelo então dono da Apple Steve Jobs. Passagens para viagens aos mais variados pontos turísticos do planeta como as ilhas do Mediterrâneo, Disney, Israel etc... Mas aí, veio o esquecimento! Transcrevo a seguir nas palavras do autor do livro Rodrigo Carvalho o que chamo de imbecilidade social destes tempos: "Como era de se esperar, viraram celebridades. Como era de se esperar, o bom momento durou pouco. Dois meses depois do resgate, pipocou a manchete. "Mineiro boliviano que ficou preso no Chile está pobre e esquecido. (...) 14 dos 33 mineiros pediram aposentadoria antecipada ao governo. Alegaram conseqüências físicas e principalmente psicológicas. Boa parte deles sofreu - e ainda sobre - de estresse pós traumático." Há outras implicações sobre a vida dos ex "pop stars" da mídia, mas aí vale a leitura do livro todo. Implicações até de ordem política. A tragédia dos mineiros rendem até uma grande mobilização no tabuleiro político chileno para as próximas eleições presidenciais. Tornar-se mídia na multimídia parece um fórmula pra lá de antiquada, mas ainda rende bons desdobramentos.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

MELANCOLIA é um ‘disaster movie’ psicológico

A melhor definição para este perturbador filme foi extraída da sinopse para o lançamento em DVD da obra de Lars von Trier no portal da locadora 100%Vídeo. Às vésperas do "fim do mundo", um casamento é desfeito ainda durante a festa com  presença dos convidados. A noiva trai. Ofende seu chefe, demite-se e faz o ex-futuro marido ir embora da festa, do casamento, do futuro a dois. O pai da noiva, interpretado pelo ótimo John Hurt é um fanfarrão e pouco lá se importa com as dúvidas da filha, por acaso a noiva. A mãe, bem... É o máximo em ódio e desprezo pela família. Foi convidada, para se ter ideia, a contra gosto de muitos. Clarie, a irmã da noiva, aparenta o "porto seguro, mas é apenas aparência! E vem a depressão, a solidão, o arrependimento e não por acaso, um planeta está prestes a se chocar com a Terra. Um planeta muito mais para um estado mental e emocional do que de fato um desastre cataclísmico. O filme é um primor. Abre com cenas em ultra slow motion ao som de Tristão e Isolda de Wagner. As cenas iniciais nos remetem às  pinturas pré-rafaelitas e alemãs expressionistas. No final não nos resta dúvidas. Melancolia se aproxima a tal ponto que... Pertubador! 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Futebobos Reloaded

O querido leitor poderá conferir em meu blog anterior, Donideias09, a seqüência de 15 mensagens onde desanco toda minha bronca com o senso comum que faz a "alegria das massas." Refiro-me ao gosto popular pelo futebol. A ponto de se parar um país, suspender serviços essenciais e horas de trabalho para acompanhar os jogos da seleção. São infindáveis os argumentos. Muitos leitores comentaram a série Futebobos, e claro, enraivecidos com tamanha ousadia no assumir tal posição, argumentaram entre outros pontos que; "trata-se de um esporte genuinamente nacional", "sempre foi assim e sempre será..." Nestas horas é bom recorrer às nossas leituras. Ler talvez seja o ato que mais nos proporciona liberdade de pensamento. Podemos fugir dos sensos comuns reinantes e indagarmos opiniões prontas. Já fui moleque. Chorei em frente à TV quando a seleção perdia ou voltava para casa em Copas do Mundo. Mas tamanha alienação vinha da falta de orientação e senso crítico. Pudera ter um professor crítico, um amigo mais do "contra" e quem sabe não "perderia" meu tempo com coisas mais gostosas na adolescência. Meninas por exemplo... Bem, mas voltemos ao atual. O Guia Políticamente Incorreto da História do Brasil do jornalista Leandro Narloch, Leya Editora, é um recordista de vendas de livros na atualidade. Está a mais de 50 semanas entre os  dez mais vendidos. Deve ter batido os 150.000 exemplares vendidos. Foi lá que encontrei algumas informações muito boas para mostrar que a caracterização do futebol como marca da identidade brasileira é pura balela. Talvez, sei lá, coisa da TV na medida em que neste esporte encontrou infinitos horizontes de lucros. O autor do Guia, Leandro Narloch situa bem a chegada do futebol no Brasil. Por ocasião da Guerra contra o Paraguai (1864 - 1870), muitos operários ingleses chegaram no cone sul americano para implantar indústrias e ferrovias. Trouxeram junto o esporte bretão. Mas intelectuais surgidos no país décadas mais tarde, como Graciliano Ramos em 1920, chamava o futebol de "onda passageira" por "jamais combinar com o jeito bronco do brasileiro." Escreveu em uma coluna de jornal que "Não é que me repugna a introdução de coisas (futebol) exóticas entre nós (...) não seria porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais, sem mesclas e estrangeirismos (...)." Nos anos vinte do século passado portanto, o futebol era atividade puramente estrangeira e elitista. Só na década de 50 com a Copa, perdida pela seleção brasileira é que se popularizou o esporte! O cômico é que o mesmo Graciliano Ramos propunha coisas tão estranhas quanto o que considerava o futebol. em outra coluna de um jornal gaúcho, o autor propôs;

"Reabilitem os esportes regionais, o cachação, a queda de braço, a corrida a pé, tão útil a um cidadão que se dedica ao arriscado ofício de furtar galinhas, a pega de bois, o salto, a cavalhada e, melhor que tudo, o cambapé, a rasteira. A rasteira! Este sim, é o esporte nacional por excelência!"

Na profusão de construção da identidade nacional, o esporte configura sem dúvida nenhuma um capítulo essencial para entender certos comportamentos sociais. Violência, alienação de massa e culto excessivo a ídolos do esporte são explicados pela construção histórica. Há excelentes artigos de Nelson Rodrigues que propõem esse debate. Ou por onde entenderíamos o "espírito de vira lata" que o próprio Nelson Rodrigues encontrou em toda Copa do Mundo?

Fontes:  Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, Leandro Narloch, Leya.
                  A Pátria em Chuteiras, Novas Crônicas de Futebol, Nelson Rodrigues, Companhia das Letras. 

domingo, 8 de janeiro de 2012

Navegador rápido

Estamos acostumados a navegar pela internet usando o navegador Explorer há anos! Propostas alternativas foram surgindo, como o Firefox, mas o "casamento" forçado feito em nossos computadores que já vem de fábrica com o sistema operacional Windows imposto pela Microsoft, nos acomodou. O Google desenvolve desde 2009, um navegador gratuito que pudesse desbancar o Explorer da liderança. Recentes pesquisas apontam a virada de jogo do Chrome. Mais rápido e menos propenso a falhas o navegador do Google já detém quase 30% das máquinas conectadas pelo mundo na internet. Há quinze dias venho testando essa novidade e confirmei tamanha eficiência! O Chrome abre sites até duas vezes mais rápido que o Explorer. Para isso, o browser processa em separado cada janela (site) aberta. Se você acessa um endereço que poderia "travar" a navegação o Chrome o faz em separado, evitando assim a demora. Há muitas outras vantagens que o leitor poderá conferir fazendo gratuitamente o download do novo navegador. Vale a pena e é grátis!
Fonte: StarCounter