Foram três meses de leitura. Na realidade um período de estudos. A quantidade de tempo demandado para a leitura das 615 páginas, não foi imposta pelo excesso visível do dorso do livro, mas pelas centenas de links e notas do autor. "O Imbecil Coletivo", 1996, que li apenas na 4ª edição, já tinha me perturbado muito. Sempre amei a leitura e sua incrível capacidade de mobilizar meu ser. O problema de ter lido o primeiro livro de Olavo de Carvalho, foi que uma vez "contaminado" pela lucidez do autor mediante a imbecilidade planetária a respeito das diversas conjunturas que nos rodeiam, nunca encontrei uma interlocução para discutir as teses do autor. E olha que transito no meio docente a vinte longos anos. Aliás, na medida em que o tempo passou, esse grupo social, o da sala de aula, o "que prepara as novas gerações" nunca esteve tão indigente intelectualmente. Certa vez, antes da onda politicamente correta, levei o capítulo "Mentiras Gay" para debater com uma professora de Ciências de uma escoleta partiular que militava a favor da causa. Meus argumentos fundamentados pelo livro de Carvalho, sucumbiram a neura simplista do senso comum que impõe o "respeito ao próximo", que "deve-se se aceitar as pessoas como elas são..." e demais concepções chulas que assolam o meio docente, que há tempos abandonou a leitura e a pesquisa para formarem suas opiniões. "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", obra lançada este ano pela Editora Record é igualmente perturbador. Mas reafirma a tese que atravessa décadas em nossa cultura letrada que nunca fomos tão idiotas como nos tempos atuais. O mal estar na conclusão do livro, veio do fato que mesmo atento a esta "onda imbecilizante" e fugindo dela, ainda estou a "anos luz" de equilibrar minhas convicções e discutir a altura com o meio. Olavo de Carvalho além de um grande intelectual é de fato muito corajoso. Me lembro da celeuma causada no meio docente em 1999, quando declarou nas páginas amarelas da Veja e em entrevista à Revista Educação, que "Paulo Freire era um "tosco". Nesta obra de 2013, a seleção de artigos, em sua maioria extraídos do Diário do Comércio, Carvalho reafirma a corajosa provocação ao "deus' dos professores contemporâneos. Além de "tosco", Carvalho em um artigo de 19/12/12, reafirma que a geração formada no esquerdismo educacional da geração Freire, chegou ao poder até sem saber escrever corretamente. De fato, mea culpa! Parte dos meus 17 anos de sala de aula, fui responsável por "esquerdizar" minhas aulas de História. Mas não entendo estar "à direita" de nada por reconhecer isso. O problema é não reconhecer que todo conhecimento, quando transmitido deve procurar verificar diversas premissas. Só isso! Por preguiça intelectual em ler os autores que contestassem por fatos as teorias de esquerda sobre a História. Fui contaminado pelo petismo sufocante nas teorias educacionais. Sim! Somos um país de idiotas! Nossa cultura contemporânea é uma piada. Tudo está nivelado por baixo. Cultua-se a estética da miséria, da pobreza e se aceita qualquer coisa em nome da "inclusão social" apregoada pelos estertores da política lulista que tomou de assalto o pais há dez anos. Na conclusão do livro, a certeza do quanto estamos longe do ideal. Não se trata de conceber o mundo à direita ou a esquerda na política. Mas de se olhar com mais equilíbrio certas verdades apregoadas na mídia. Essas certezas que aparentam normalidade. Vamos lá! Aceitemos que nossos jovens formam um contingente de "nanicos intelectuais" que mal sabem escrever e quando muito, leem porcamente. Que a aceitação da onda gay, do aborto, da ditadura petista e suas bolsas são um cancro na história do país. Que nossas escolas são medíocres. Torram dinheiro público e não formam sequer, mão de obra barata para o mercado. Que aceitamos "qualquer coisa" como imposição de inclusão social, do aspecto do que tem que ser encarado como "popular", manifestação do povo. Ainda que isso seja uma afronta a construção cultural de nosso país. Achincalhe na música com os ritmos musicais onde moleques de periferia regurgitam qualquer bobagem e se tornam "artistas!" Achincalhe na tevê onde qualquer idiota semi-alfabetizado tem seus 15 segundos de fama. Sem contar a indigência no mundo da política. Eis meu maior peso de consciência. Por anos defendi e militei com essa gente de esquerda. E que toda violência atual vem do excesso de relativismo social imposto até no mundo jurídico, onde diante do fato de que existe no país muita desigualdade social, pode-se deixar impune o assassino, o estuprador, o sequestrador, os "dimenor!" Para finalizar, se você tem preguiça de pensar, afaste-se desta obra de Carvalho. É um tratado contra a idiotia reinante. É um alerta para uma retomada. Pior do que um idiota alienado é um idiota esclarecido que insiste na crença de que tudo está "assim", porque as coisas devem ser "assim!" Primeira argumentação de uma professora quando teci comentários a respeito do livro de Olavo de Carvalho.
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