quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

"Ai se eu te pego" (versão para não acéfalos)

Não me venham dizer que o hit Ai se eu te pego, por ser um fenômeno nascido na internet e alastrado nos "bailões", "rodeios", shows e apresentações do senhor Michel Teló, deverá ser engolido por todo mundo em razão deste sucesso. Que trata-se de música "jovem" e que eu como "todos os outros véio (sic!)", não gosta desta música porque odeia tudo que "faz sucesso!" E trata-se de uma unanimidade por ter extrapolado as fronteiras do país. E por compor um grupo de música popular brasileira contemporânea que toca nas rádios ao custo de muito "jabá" apesar do pouco ou nenhum conteúdo. Basta meia dúzia de rimas pobres, muita repetição e acordes limitados que produzem sons que ao adentrar nos ouvidos martela o cérebro e fazem com que não esqueçamos mais delas! Músicas sem propostas, artistas pífios, ilustres desconhecidos que do dia para a noite encostam nos recursos das redes sociais e se alastram no meio jovem. Essa turminha que não avança nos estudos e empaca no Ensino Médio. E quando vai para o Superior, não aguentando o tranco, sai pela porta mais próxima.  Zeca Baleiro, gravou uma música de ritmo também empolgante, mas com letra e rima muito superiores ao tratado de "nada com coisa alguma" do Teló! Bola Dividida, originalmente foi composta por Luiz Ayrão, sambista conhecido e de sucessos memoráveis dos anos 70 e 80. Baleiro gravou-a em  2008 e vale a pena ser conferido! Ouça a música. Veja no Youtube o clipe!

Bola Dividida
Será que essa gente percebeu que essa morena desse amigo meu 
Tá me dando bola tão descontraída 
Só que eu não vou em bola dividida 
Pois se eu ganho a moça eu tenho o meu castigo 
Se ela faz com ele vai fazer comigo 
Se eu ganho a moça eu tenho o meu castigo 
Se ela faz com ele vai fazer comigo 
E vai fazer comigo exatamente igual 
Ela é uma morena sensacional 
Digna de um crime passional 
E eu não quero ser manchete de jornal 
Será que essa gente percebeu que essa morena desse amigo meu 
Tá me dando bola tão descontraída 
Só que eu não quero que essa gente diga 
Esse camarada se androginou 
A moça deu bola a ele e ele nem ligou 
Esse camarada se androginou 
A moça deu bola a ele e ele nem ligou
Letra: Luiz Ayrão 
Intérprete: Zeca Baleiro
Álbum: O Coração do Homem Bomba volume 1 (2008)
http://toptvz.com.br/zeca-baleiro/bola-dividida

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O velho "tudo novo!"

Parece que há um cromossomo masculino ligado ao prazer que temos em gostar, adorar e nos fixarmos em tudo que diz respeito a carros. A sociedade sexista nos fez brincar de "carrinhos" quando éramos crianças. Veio a adolescência e as coleções de carrinhos de ferro (já foi Matchbox, hoje Hot Wheels), até que na juventude a gente sonha com um carro de verdade! Eu quando garoto fui mais longe. Comprava cadernos para colar fotos de carros, recortadas de jornais velhos e revistas especializadas em tudo que se ligava ao automobilismo (Quatro Rodas, Auto Esporte). E veio a idade a adulta e nossa grande paixão pelas corridas de Fórmula 1. Imagine meu querido leitor que me lembro do auge de Nelson Piquet, do sucesso de Emerson Fittipaldi na Fórmula Indy e a explosão de Aírton Senna na Fórmula 1. Confesso que a onda "baba ovo" criada em torno deste piloto, com as choradeiras intermináveis do Galvão Bueno nas transmissões e o excesso de exposição da vida pessoal de Senna (namoro com a Xuxa), me fizeram não acompanhar mais com tanta fidelidade toda a cobertura das corridas. Sua morte em 1994, me trouxe de volta. Eu acreditava que a ida para o além de um ídolo tivesse aberto espaço para o nascimento de um novo super piloto. Sim eles surgiram, mas não nasceram no Brasil. O pós Senna, foram tempos de Barrichello (sem comentários) de Felipe Massa ("cagão" - me perdoem o termo chulo, não encontrei outro adjetivo) e demais meros coadjuvantes que só pilotaram porque levaram dinheiro para que algumas equipes pudessem movimentar verdadeiras "carroças" para competir com gigantes como Mclaren e Ferrari. Você deve lembrar -se de João Paulo Diniz, filho do Abílio Diniz. Bom, estamos em início de ano e nos noticiários esportivos, são diárias as apresentações dos "novos" bólidos que irão disputar as provas. A Fórmula 1 há anos é uma tremenda farsa, no meu ponto de vista. Corridas chatas, pilotos bundões, sem personalidade para contestar o "status quo" do esporte como mera propaganda. E pra ser sincero esses "novos" carros para a nova temporada, são os mesmos dos anos anteriores com um "puxadinho" aqui e um "remendinho" aqui. De "novo" mesmo não há nada! Até as pinturas são as mesmas de décadas! Em meu blog anterior tinha uma coluna chamada síndrome de Reginaldo Leme, onde me aventurava a comentar as corridas de 2009. Pode-se ver que talvez não entenda muita coisa, mas não sou o único que vem questionando o esporte, por mais que goste de carros. Em breve a Globo vai transmitir essas corridas em vídeo tape depois destas porcarias dominicais como Faustão e BBB, tamanha é a queda de audiência das corridas.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Estado policial

O direito "sagrado" de qualquer classe de trabalhadores para um movimento grevista é horizontalizado. Nenhum grupo pode ser privado de tal direito. Em se tratando de Brasil, setores essenciais como Saúde, Educação e Segurança, possuem os piores salários do mundo, portanto passíveis de greve. As perdas e desvalorizações de tais carreiras são históricas. Os acertos hoje dos níveis salariais de tais categorias, mostram-se quase "impossíveis" diante de alguns consensos sociais que determinados setores, que não estes, podem ganhar fortunas e nada se faz, além de uma "grita" quase inútil de certos setores da mídia e alguns apresentadores de determinados programas policiais. Como se sabe, o mais recente episódio desta falácia nacional, está ocorrendo no Estado da Bahia. Mediante um salário pífio de R$ 1.900,00 para soldados e pouco mais de R$ 2.300,00 para cabos e sargentos, há quem diga que "os salários não estão tão ruins assim..." A "bobagem comparativa" se deve ao fato do desconhecimento que a população brasileira tem hoje do que é enfrentar diariamente uma luta pela sobrevivência no "ambiente de trabalho." Sendo professor, sou também testemunha do quanto o tal "povo brasileiro" tem castigado a classe docente. Pelo desvario hipócrita de acharem que somo meros serviçais das sanhas adolescentes. Agora que me digam o sofrimento de enfrentar tal povo nas ruas. Com a polícia de braços cruzados, o tal povo deu a resposta. Não na sua totalidade. Rompendo com todas as premissas do Estado de Direito, a resposta à greve foi uma explosão de violência. Bandidos, vagabundos, párias sociais ampliaram seu poder para o crime na medida em que as forças policiais se encastelaram em seus quartéis. A PM como a entendemos hoje é uma herança histórica dos tempos de regime militar (1964 - 1984). Tal setor da segurança teve seus raios de ação ampliados como sustentação de governos autoritários. Na medida em que a democracia voltou, as PM de todo o pais, ainda procuram reconhecimento e um novo espaço na estrutura do Estado. Passou a ser força essencial na segurança pública. Ruim com ela, pior sem ela. A violência social brasileira é histórica como sabemos. As forças de segurança atenuaram, mas jamais conseguiram deter o crime que se metamorfeseia nas mais diversas faces. Na Bahia neste momento, se há um avanço do mundo do crime, a "malandragem do povo brasileiro", o "tal jeitinho" mostrou sua cara. Vandalismo e saques em supermercados vão além do poderio de contenção da PM. Trata-se de um perfil cultural brasileiro. Horrível, patético, ridículo e imoral. A Justiça brasileira precisa urgentemente ganhar estatura e amedrontar o cidadão pelo rigor do cumprimento da Lei e pelo sufocamento da impunidade em qualquer estância!