O texto abaixo foi originalmente publicado no blog donideias009 que ficou on line por dois anos até o portal IG extinguir o Blig. Aliás, perdi mais de 40 textos não backupeados antes do fechamento sem aviso prévio. Mas o post Toys foi inserido no blog em 11 de julho de 2010. Tinha acabado de assistir com meu filho mais novo. Como citei no texto sobre "Os Incríveis" que pessoas choraram na sessão da terceira parte da trilogia Toy Story, descrevi imediatamente ao ver o filme as causas destas lágrimas. A força de um roteiro bem escrito e de efeitos tão bem produzidos conseguem de fato incomodar os sentimentos dos que nas salas de cinema, procuram de fato, esse efeito mágico que só o cinema pode oferecer.
Cena 1. “Presos” sem
condições de fuga, os personagens agonizam entre a violência das
“brincadeiras” das crianças em Sunnyside e um cruel sistema de
vigilância antifuga comandado por um líder radicalmente mau. Durante a noite,
cada porta e corredor da creche têm os “olhos” do líder por meio
de fanáticos seguidores. Um dos ”mocinhos” tenta a fuga, mas é pego.
Torturado, sofre uma “lavagem” cerebral e volta-se contra seus próprios amigos.
Cena 2. Os amigos se entre olham perguntando-se; “E
agora, o que faremos?” Sem respostas, todos se dão as mãos. O fogo do
incinerador é cada vez mais próximo. O fim é questão de tempo. Termina ali, em
um grande lixão, uma vida de aventuras, de loucas escapadas e grandes idéias.
Lealdade, amizade e a certeza de até na morte o estar junto tornará os
problemas menores, conforta o fim de todos.
Pois é! As cenas
descritas acima, não foram extraídas de nenhum dramalhão contemporâneo. Filme
policial, suspense ou guerra. Trata-se de Toy
Story3. Eis que após 15 anos, a caminhada do caubói Woody e seus amigos chega ao final tendoAndy, seu dono, chegado ao fim da infância e adolescência e iniciando a vida
adulta na faculdade. Ele organiza um ritual de despedida de seus
brinquedos preferidos. Por circunstâncias incríveis, os brinquedos são doados
para uma creche. A princípio para estes brinquedos que ganham vida nas telas do
cinema, o que fora uma grande alternativa inicia na realidade um show de
horrores, medos e tortura. Apesar da conotação de filme infantil, adultos
como eu, acabam vendo o filme para levar os filhos. A
obra também é voltada aos mais experientes. Há piadas de duplo
sentido como nas cenas hilárias do relacionamento de Ken e Barbie, esta também vítima
do abandono. Há cenas de forte conotação emotiva, extraindo do mundo imaginário
da animação infantil, lições de vida. Toy Story tornou-se a meu ver,
um clássico contemporâneo. Foram três filmes ao longo de 15 anos, sendo que do
segundo para o atual, 11 anos de espera comprovam que valeu a pena a espera.
Cinco premiações do Oscar e um faturamento
próximo de 5,6 bilhões de dólares no mundo todo. O fato da terceira parte,
trazer consigo a grande novidade do mundo com a tecnologia 3D, um roteiro
minucioso e bem amarrado ainda são os pontos mais fortes do filme. Pudera. A
terceira parte demorou quatro anos para ser produzida. 185 profissionais se
envolveram no projeto. O resultado é um filme excelente para crianças e adultos
que como eu saíram do cinema com certo “nó” na garganta mesmo sabendo que os
brinquedos lá de casa não tem vida.
Sombria? É pouco! Depois se vendem esses filmes com rótulos "para crianças!" |
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