quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A verdadeira retrospectiva 2013. Parte 3.

O Facebook oferece um aplicativo que seleciona o que de melhor postamos lá! Fiz uma seleção de posts que considero relevantes. Passei a interagir nesta rede social tendo em vista que a maioria dos internautas quase não leem mais os blogs independentes. Mas continuamos firmes aqui! Eis a parte 3 da retrospectiva.

Outubro 1 - Aniversário, professores, concursos... (13/10)

Ohhhh! Governo de SP, anuncia concurso para preencher 59 mil cargos de professor na rede estadual! Ohhh! Governo de SP anuncia que até 10 de outubro, 133 mil candidatos já fizeram suas inscrições para o concurso. Ahhh! O Governo de SP e do resto do país não leem jornais. Segundo dados de entidades sindicais da capital do maior estado da União, justamente de SP, 8, isso mesmo 8!!!!!!!!!!, professores exoneram das redes públicas de ensino por dia. Se duvida, né? Então clica aí! 


Outubro 2 - Aniversário, professores, concursos... (13/10)

Aí professorada! Não se deixem iludir pelas homenagens que serão realizadas pelos meios de comunicação, instituições públicas e privadas no dia 15 de outubro. Somos a categoria profissional mais maltratada da classe trabalhadora brasileira. Dados recolhidos de diversas pesquisas divulgadas na Revista Caros Amigos especial Educação, o professor brasileiro num ranking comparativo de salários em países em desenvolvimento tem a 18° colocação em 29 pesquisados. Perdemos para a Nigéria, Malásia e Índia. O salário do professor é apenas 60% do que no comparativo com outras profissões de igual formação em curso superior. Rede Globo, Dilma, PT, PSDB vão fazer homenagens pra tuas mães canalhas!!!!!!!!

Outubro 3 - Aniversário, professores, concursos... (17/10)

Cenas. A "Revolução Cultural" na China em 1966 tinha como objetivo essencial o extermínio dos "Quatro Velhos": velhas ideias, velha cultura, velhos costumes e os velhos hábitos. Para atingir os objetivos do Partido Comunista liderado por Mao Tse-tung, entre outros setores, os professores universitários foram perseguidos, humilhados e executados. Foto do Li Zhensheng.

                                                 

                              Outubro 4 - Espinafrando os "des"bibliografados (19/10)

Não sou xiita fundamentalista ou sigo qualquer doutrina sócio cultural estrábica o suficiente para sair quebrando ou destruindo o que seja lá o que for. Sendo assim, meus CDs do Chico, Caetano, Gil e alguns do Roberto Carlos continuam preservados, apesar do papelão que todos andam mostrando ao país recentemente. Quem diria que a genialidade e a contestação sucumbiram ao dinheiro em nome da privacidade? É do Belchior que é da mesma época, a letra de "Como nossos pais" cantada pela Elis. "E a juventude tá em casa guardada por Deus contando vil metal..."


Outubro 5 - Comentando o filme do ano. (20/10)

Gravidade é mais que um filme. Outro sobre espaço. Outro sobre uma possível "odisseia" entre homens, planetas ou alienígenas. Trata-se de uma experiência sensorial diferenciada. Na realidade, o que é mostrado na tela ajuda teu cérebro a entender que o maior "vilão" do cinema jamais será vencido. Trata-se da imensidão infinita do espaço. Formidável! Vá ver no cinema em 3D. Se meus cálculos não estiverem equivocados, é o FILME DO ANO DE 2013!
22/10
Nos três minutos finais do filme Gravidade o maior dos dramas humanos. Sua suposta importância, porém insignificância para o universo e a necessidade profunda que possui deste planeta. O filme resgata algumas das reflexões filosóficas já feitas por "2001 uma Odisseia no Espaço" de Stanley Kubrick quarenta anos antes. E a maior de todas as conclusões ao meu ver. O ser humano dotado de grande inteligência é dos seres vivos deste planeta o mais solitário, seja no espaço seja em seu habitat.

                                                    

Outubro 6 - Crises e mais crises da Educação. (22/10)

Cara! O que fizeram com nossas escolas? Olha só essa! Segundo Huberto Rohden; "Não existe crise na educação do Brasil e nem em qualquer parte do mundo. O que existe é uma deplorável ausência da verdadeira educação." Fato. Como podemos tratar de crise de algo que talvez nem exista? Ouço diariamente: "olha como os alunos perderam a educação!" Mas segundo Rohden, pergunto. Como alguém perdeu algo que talvez nunca teve?


Novembro - Detonando "companheiros"... (19/10)

Nos anos 80, quando o partido do senhor Lula & Cia., era um autêntico movimento das massas, representação dos trabalhadores do país, participei de mais de um "curso de formação" (doutrinação) política dada por membros da corja. Diziam aos quatro ventos; "tudo é política!" Em "tudo há política...", "somos seres políticos", "tudo que fazemos é política..." Passadas décadas, ícones desta época estão em cana. E todos de punho cerrado bradam: "Estou sendo preso por um ato político...!" Oras seus canalhas? Era pra ser diferente? Apodreçam na cadeia!


Novembro 2 - Politizando o Facebook. (20/10)

Olha o ponto em que chegamos. As mazelas, os crimes, os mensalões e a "cabrita" com as canalhices dos tucanos agora se tornam a defesa dos condenados do PT. Se comparam com outros criminosos e choramingam a letargia da justiça. "Somos canalhas, mas eles também são. Vocês não vão condena-los também?" A política no Brasil virou conversa de bêbados em um boteco qualquer. A ética, a justiça e a concepção de moralidade e lisura com a coisa pública parecem sepultadas de vez. Tucanos e petistas são farinhas do mesmo saco! Ué Brasil, você não tinha acordado? Balelas pífias!


Continua


A verdadeira retrospectiva 2013. Parte 2.

O Facebook oferece um aplicativo que seleciona o que de melhor postamos lá! Fiz uma seleção de posts que considero relevantes. Passei a interagir nesta rede social tendo em vista que a maioria dos internautas quase não leem mais os blogs independentes. Mas continuamos firmes aqui! Eis a parte 2 da retrospectiva.

Julho III - O "invocadinho" crítico musical. (07/07)

"Solto" pelos sebos da cidade, cinquentão e fã da trash music dos anos 80 se depara com uma raridade. Definitive Collection da Nina Hagen! Em casa, Cosma Shiva, New York / N.Y, Change, Universelles Radio e Word Now no volume 70!! Vizinho amante de música sertaneja atual, não suportando o som alucinante da roqueira alemã é internado às pressas. KKKKKKKKKKKKK

                                             Foto: "Solto" pelos sebos da cidade, cinquentão e fã da trash music dos anos 80 se depara com uma raridade. Definitive Collection da Nina Hagen! Em casa, Cosma Shiva, New York / N.Y, Change, Universelles Radio e Word Now no volume 70!! Vizinho amante de música sertaneja atual, não suportando o som alucinante da roqueira alemã é internado às pressas. KKKKKKKKKKKKK

Julho IV - O "crítico" literário. (12/07)

Nem tanto! Sensação na conclusão de três dias de leitura do "Manifesto do Nada na Terra do Nunca", Lobão, Editora Nova Fronteira. Pela choradeira de um bando de artistas e "intelectuais" tinha a expectativa que o livro era uma "metranca giratória" (como dizem a molecada por aí). Mas nem tanto. Aliás, a frase mais pesada de Lobão em 2013, não li no livro e sim na entrevista que ele deu para a Rolling Stone na edição de Maio. "A pior forma de solidão é ficar rodeado de imbecis por todos os lados." O livro tem seus altos e baixos e não possui uma linearidade de ideias. Reconta alguns fatos pitorescos com o roqueiro e desanca com o "status quo" da cultura nacional. Ah! Vou escrever mais sobre o livro no meu blog. Dá uma passadinha lá!

                                     Foto: Nem tanto! Sensação na conclusão de três dias de leitura do "Manifesto do Nada na Terra do Nunca", Lobão, Editora Nova Fronteira. Pela choradeira de um bando de artistas e "intelectuais" tinha a expectativa que o livro era uma "metranca giratória" (como dizem a molecada por aí). Mas nem tanto. Aliás, a frase mais pesada de Lobão em 2013, não li no livro e sim na entrevista que ele deu para a Rolling Stone na edição de Maio. "A pior forma de solidão é ficar rodeado de imbecis por todos os lados." O livro tem seus altos e baixos e não possui uma linearidade de ideias. Reconta alguns fatos pitorescos com o roqueiro e desanca com o "status quo" da cultura nacional. Ah! Vou escrever mais sobre o livro no meu blog. Dá uma passadinha lá!

Julho V - "Plantão Policial!" (29/07)

O "malandrão", manifestante, "passeateiro" e vândalo que se infiltrou nos movimentos de massa em junho, odeia partidos, sindicatos e demais instituições organizadas. Aí, o otário sai para detonar tudo que encontra pela frente! Fica a mercê da reação policial. E pior! Sem qualquer cobertura jurídica. O mané que for pego detonando patrimônio responde juridicamente e financeiramente pelos estragos. Sem proteção judicial. Em movimentos organizados por instituições políticas e sindicais há a presença de um corpo jurídico para monitorar os exageros. Os "malandrões" de agora tem que se virarem sozinhos contra a sanha do estado para aliviar os incontáveis custos do vandalismo! Otários!

Julho VI - Comentando uma das melhores animações do ano no cinema. (30/07)

É verdade que o roteiro é bem fraquinho em relação ao primeiro filme. Mas essa seqüência é absurdamente mais engraçada. Apesar de Gru ser o protagonista, os Minions "roubam" a cena do início do filme ao final dos créditos. Até acho que eles podem ter carreira solo e produzirem um musical só deles! Rssss. O "estabanamento" e o dialeto incompreensível deles lembram muito os de "certos ministros" de um país ao sul da América! Se a "malandragem" do Sully lembrou muito o "jeitinho brasileiro" em Universidade Monstros S.A., os ajudantes de Gru tem identidade tupiniquim com certeza! De um jeito ou de outro, duas excelentes dicas de cinema nestas férias de julho. Ah! Ía esquecendo... Façam uma visitinha no meu blog...

                                   

Julho VII - Nocauteando o Aranha. (15/07)

Bobalhão! Nunca! Mas nunca mesmo, vi uma luta de UFC/MMA! Aliás, o único esporte que via pela TV eram as corridas de F1/FIndy. No entanto, a coisa anda tão "fake!", que não perco tempo. Os espetáculos horrendos destas lutas, que por vezes terminam em muito derramamento de sangue, incitam meu cérebro a fazer conexões com essa nova estética da violência. Foucault escreveu que "o suplício repousa na arte quantitativa do sofrimento..." Ou seja, neguinho apanha no octógono e a dor deve de alguma forma resvalar no sujeito que assiste isso. Até se acostuma porque a violência está na porta de casa. O lutador brasileiro "pop" de UFC, levou uma "sova" de um gringo no último 6. O tema virou "hit" nas revistas semanais e nas redes sociais. Foi um vexame. Hilário e patético a forma como o sujeito desdenhou do oponente! Cara amassada! Caiu de braços abertos permitindo uma chuva de socos! Mesmo assim embolsou 1,3 milhão. Outro palhaço que vence na vida sem enfrentar os bancos escolares. A "dureza" das "dps" da facu! O Brasil é mesmo um país de panacas! Melhor dizendo, um país onde a política, a cultura e o esporte "fabricam" calhordas. Neguinho faz SENAI e se torna presidente! Dá meia dúzia de "olés" e vira jogador de futebol famoso. Aprende a dar boas "porradas" e vira lutador famoso. Balbucia grunhidos no microfone e "vira funkeiro". Todos ganhando montanhas de dinheiro e tendo pleno reconhecimento social. Ah já sei! Temos que "valorizar nossa cultura", "nosso esporte", "é um pobre que venceu na vida.." Ah que porre!!!!!!

Agosto - Pedido para "parar!..." (19/08)

Continua

A verdadeira retrospectiva 2013. Parte 1

O Facebook oferece um aplicativo que seleciona o que de melhor postamos lá! Fiz uma seleção de posts que considero relevantes. Passei a interagir nesta rede social tendo em vista que a maioria dos internautas quase não leem mais os blogs independentes. Mas continuamos firmes aqui!

Abril - "O crítico da crítica!" (08/04)
Na boa, velhos amigos....! Esse negócio de Facebook já deu o que tinha que dar. Banalizou geral. Modernizaram o sistema, "linkando" com tudo quanto é mídia, mas o que se escreve, o que se pensa a respeito dos temas aqui tratados relega o mundo a um plano tão miserável que anos de leitura e pesquisa são transformados em sandices desconexas, expressões infantis vindas de marmanjos, atrocidades adolescentes com o nosso idioma e demais crimes contra o bom senso (com "s", tá?) Algo meio acéfalo. Papinho de rede social e seu pseudo utilitarismo pós moderno. Êca! Envelheci geral."
Abril II - "O politicamente incorreto!" (09/04)
Fala sério mano? Sei que criticar a Veja é malhar Judas (todo ano ele volta...) à toa... Mas a capa da reportagem da semana é um insulto a inteligência de um setor esclarecido da sociedade. Compreendo que a Veja quer formar opiniões, deve seguir linhas e tendências do "status quo" político, mas vem cá? Quer dizer que anunciar o casamento da dona Daniela Mercury torna "a questão da união homossexual" inadiável? Ah fala sério meu? "Questão inadiável", no Brasil? Ah desculpa aí..., "desimportante então a guerra civil que trucida milhares de pessoas todo ano, fruto de uma violência sem limites...," "desimportante então, "adiável", rever as leis civis frouxas que mantém criminosos à solta e pouco punidos...", "adiável então dona Veja, tratar do genocídio de brasileiros no trânsito todo ano, fruto da boçalidade de formação do sujeito que foge da escola, sabe pouco das leis de trânsito e mesmo assim porque aprendeu a dirigir acha-se apto a circular por aí babando sua selvageria cultural no volante..." Creio que após os nobres deputados e senadores derem conta destas questões, quem sabe a questão da capa tenha alguma importância para o conjunto da sociedade....

                                         Foto: Fala sério mano? Sei que criticar a Veja é malhar Judas (todo ano ele volta...) à toa... Mas a capa da reportagem da semana é um insulto a inteligência de um setor esclarecido da sociedade. Compreendo que a Veja quer formar opiniões, deve seguir linhas e tendências do "status quo" político, mas vem cá? Quer dizer que anunciar o casamento da dona Daniela Mercury torna "a questão da união homossexual" inadiável? Ah fala sério meu? "Questão inadiável", no Brasil? Ah desculpa aí..., "desimportante então a guerra civil que trucida milhares de pessoas todo ano, fruto de uma violência sem limites...," "desimportante então, "adiável", rever as leis civis frouxas que mantém criminosos à solta e pouco punidos...", "adiável então dona Veja, tratar do genocídio de brasileiros no trânsito todo ano, fruto da boçalidade de formação do sujeito que foge da escola, sabe pouco das leis de trânsito e mesmo assim porque aprendeu a dirigir acha-se apto a circular por aí babando sua selvageria cultural no volante..." Creio que após os nobres deputados e senadores derem conta destas questões, quem sabe a questão da capa tenha alguma importância para o conjunto da sociedade....
Maio - O "detona" companheira. (20/05)
Bacaninha essa verborragia dos intelectuais do PT. Sustentados por teorias sócio-filosóficas dão as costas para algumas realidades. Quem sou eu para debater a altura com a eminência da Filosofia das hordas petistas, referendada pelo status de acadêmica, escritora e palestrante para as mais "finas" camadas de nossa intelectualidade, inclusive a "classe média" que a nobre tanto desanca! Seria bom a senhora Chauí consultar os intelectuais petistas da área econômica! A "distribuição de renda" apregoada pelo grão mestre mor petista, senhor Lula, foi financiada pela maior tunga da história extraindo dessa classe média fascista! Além de "repassar verbas" em bolsas distribuídas a critérios duvidosos, essa "maldita" classe média teve seus impostos triplicados pra sustentar legiões de pobres e miseráveis, eleitores do PT, diga-se de passagem! Sem contar a máfia de políticos néscios que criaram o Mensalão! Ah! Mas isso deve ser "mentira" da Veja, não é senhora Chauí? Essa mídia "perversa" que persegue a classe trabalhadora agora encastelada por uma década no poder. Já admirei a senhora Chauí como alguns intelectuais do PT. Mas me enoja essas cabeças brilhantes jogarem no lixo o senso crítico e defender sandices como a que se ouve da filosofa. Ah! Mas eu sou classe média! Devo aos olhos dessa gente ser um sujeito desprezível de direita. Pois é! O Brasil tem apenas algumas "saídas", minha gente. Aeroportos, portos e algumas rodovias para o Paraguai, Bolívia, Argentina...
                                
Junho - O "sociólogo de boteco." (19/06)
"Dizem que ela existe
Prá proteger!
Eu sei que ela pode
Te parar!
Eu sei que ela pode
Te prender!..."
Polícia - Titãs (álbum Cabeça Dinossauro 198666666666666666666!!!!!!!!)
Tá vendo? Não te falei que "tudo parou nos anos 80?" ou então Marx tinha razão; "A história acontece primeiro como tragédia, depois se repete como farsa."



Junho II - O metido a "intelectual!" 20/06

Parece novo! Mas não é! Robert Kurz, outro teórico das transições históricas fruto dos movimentos sociais, escreveu: "Assim, o grito por uma "autêntica" economia de mercado mobiliza a esperança das massas quanto a uma elevação rápida do nível de vida. Tudo, mas tudo mesmo, parece ser melhor do que o status quo; ninguém quer outra coisa além de finalmente poder comprar algo com seu dinheiro e finalmente sair da economia de escassez desgastante, da monotonia cotidiana da socialização de caserna e da caça cansativa a negócios de troca em espécie e de mercado negro." (O Colapso da Modernização, editora Paz e Terra)
                                                   Foto: Parece novo! Mas não é! Robert Kurz, outro teórico das transições históricas fruto dos movimentos sociais, escreveu: "Assim, o grito por uma "autêntica" economia de mercado mobiliza a esperança das massas quanto a uma elevação rápida do nível de vida. Tudo, mas tudo mesmo, parece ser melhor do que o status quo; ninguém quer outra coisa além de finalmente poder comprar algo com seu dinheiro e finalmente sair da economia de escassez desgastante, da monotonia cotidiana da socialização de caserna e da caça cansativa a negócios de troca em espécie e de mercado negro." (O Colapso da Modernização, editora Paz e Terra)

Junho III - O "antropólogo!" (24/06)

Somos conhecidos pelo "jeitinho" brasileiro. Furamos fila. Avançamos o sinal vermelho, estacionamos em locais proibidos e anualmente superamos nossos próprios recordes em acidentes de trânsito. Chegamos atrasados no trabalho e até em compromissos pessoais. Inventamos desculpas pra tudo que é "mancada!" Dirigimos alcoolizados. O bafômetro é uma "agressão" do estado contra nossas liberdades individuais. Culpamos as escolas pela falta de educação dos adolescentes! Contamos com as bolsas oficiais, seguros financeiros do estado e subsídios pra tudo! Somos um povo que lê pouco, mas muito pouco, estudamos menos do que deveríamos e cultuamos acéfalos como jogadores de futebol, cantores sertanejos, pagodeiros e pseudo artistas. Idolatramos novelas e cremos que o rompimento de certas bases sociais que desagregam as famílias são símbolos de pós modernidade. Ah! Mas agora exigimos o fim da corrupção! O fim dos desvios de verba! O fim dos aumentos! E exigimos a retirada das PEC 33 e 37! Vamos pras ruas exigir nossos "direitos!" Deveres? Ah! Vê se não enche!


Julho - "O historiador aposentado!" (04/07)

Se você lê jornal de vez em quando. Se você se atreve a comprar ou dar uma "espiada" na banca mesmo em alguma revista semanal. Se você tenta assistir pelo menos um telejornal por dia. Então deve se lembrar que "Primavera Árabe" foi o "grito" de vários povos árabes por democracia. Em especial na Turquia e Egito. Empolgadinhos de plantão nesta panaceia virtual, deram CtrlALTC/CtrlALTV no termo "Primavera Árabe" às manifestações no Brasil (junho/2013)! Bom, depois dos eventos de 3 de julho em terras egípcias quero ver se alguém se atreve a manter a comparação. Ah meu Deus! Como faz falta para esse "povo" umas boas aulas de História!

                                  Foto: Se você lê jornal de vez em quando. Se você se atreve a comprar ou dar uma "espiada" na banca mesmo em alguma revista semanal. Se você tenta assistir pelo menos um telejornal por dia. Então deve se lembrar que "Primavera Árabe" foi o "grito" de vários povos árabes por democracia. Em especial na Turquia e Egito. Empolgadinhos de plantão nesta panaceia virtual, deram CtrlALTC/CtrlALTV no termo "Primavera Árabe" às manifestações no Brasil (junho/2013)! Bom, depois dos eventos de 3 de julho em terras egípcias quero ver se alguém se atreve a manter a comparação. Ah meu Deus! Como faz falta para esse "povo" umas boas aulas de História!
Continua...

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pratos mortais.

"Caveirinha" na capa de livro sobre alimentos? Epa!? 
Enquanto as ruas e avenidas do Brasil "pipocavam" pessoas protestando pelos mais variados motivos, estava no meio de uma incursão mais difícil. O combate a própria ignorância que mesmo após quatro cursos superiores ainda incomoda a mente sobre conhecimentos que pelo menos dessem conta de parte das coisas que assolam nossa realidade. Fiz uma incursão autodidata na obra de Immanuel Kant. Filósofo racionalista do século 18 que introduz conjuntamente com outros pensadores as experiências de compreensão da realidade numa perspectiva mais crítica. Ler clássicos da Filosofia não é lá um parque de diversões, ainda que quando se faz boas descobertas, a sensação, é sim iguais as sentidas nas íngremes descidas de montanha russa. Mediante esta breve introdução e olhando novamente a ilustração deste post fica a pergunta. O que uma coisa tem a ver com a outra? Quero na realidade comentar uma das leituras mais indigestas feitas recentemente. Então vamos lá, dos estudos feitos sobre a obra de Kant, aprende-se que;  "o exercício da crítica se dá num plano de examinar a realidade, julgá-la e avaliá-la" Estabelecer os próprios limites e confrontá-los. O uso excessivo da razão é a ferramenta essencial para leituras de muitos textos atuais. Ou como o caro leitor assimilaria a comparação que a jornalista Marcia Kedouk faz com a cocaína equiparando-a ao açúcar e a farinha de trigo que ingerimos diariamente. Eis uma das várias indigestas constatações que são feitas no especial da Revista Super Interessante, Prato Sujo (Como a Indústria Manipula os Alimentos para Viciar Você), Abril Editora, 2013. A obra desbanca vários mitos com relação aos alimentos que são por muitos especialistas, separados em dois grupos distintos; os "saudáveis" e "não saudáveis." Pura balela se levarmos em conta as quantidades de açúcar, sódio e sal de cada um deles. Ninguém está imune. Do vegetariano "xiita" ao frequentador assíduo dos fastfoods, todos correm riscos com os desgastes do organismo com o que se ingere. Bem escrito e de fácil assimilação, o livro de Kedouk retoma na história da alimentação a falácia das dietas para emagrecer. Não há remédios ou fórmulas milagrosas para a perda de peso e sim o controle da quantidade do que é ingerido. Mas eis o atrito do cérebro com o corpo que ao longo da caminhada da humanidade, ainda tem registrado os dados de um tempo de miséria na oferta de alimentos que remonta a Pré História. Não sobra pedra sobre pedra no tema. Adoçantes que mais prejudicam do que favorecem as dietas. Produtos industrializados que tem em sua composição itens mais do que suspeitos. Propaganda enganosa em 10 em cada 10 embalagens de bolachas, doces e demais industrializados. O poder demoníaco dos refrigerantes que nos "dopam" de tanto açúcar, sem jamais matar a sede. Aliás, pelo contrário, sua composição a faz aumentar! Me lembrando dos filmes de suspense, dá pra imaginar que essa jornalista, hora dessas deve estar morando em algum país europeu. Das empresas de fastfood a indústria dos alimentos orgânicos, em tese mais saudáveis (leia o livro e verás!) ninguém escapa dos dados disponíveis pela ciência e reunidos numa obra simples, fácil de ler e com um certo tom irônico se conectado às leis kantianas. Óbvio que faço isso por conta. Ele não é citado no livro. Mas Kant, quando escreveu sua principal obra, A Crítica da Razão Pura (1781) observou que "primeiro se deve viver e, somente depois filosofar..." No caso deste livro, creio que primeiro deveríamos "filosofar" antes de "comer", para aí quem sabe "viver..." Alimentos viciam! A comparação do açúcar com a cocaína não é provocação teórica!


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Memórias do Gomes 4.


O texto abaixo foi divulgado para o Projeto Memórias (antigo CEFAM/Campinas) no ano 2000. Os professores divulgaram suas memórias do tempo de escola no Ensino Fundamental.

Texto para o Projeto Memórias;
Professor DJNI®

                        Grande parte de minha vida escolar no Fundamental passou-se no Colégio Carlos Gomes. Lá estudei da primeira até sétima série com direito a dois anos a mais que acabei “bombando” por falta de dedicação aos estudos. Aquela época foi tão importante em minha vida que até hoje sonho com aqueles anos gostosos que passei junto a colegas e amigos de escola, tão ou mais ingênuos que eu.

                        O prédio da escola está até hoje imponente no centro da cidade. Aquele estilo de construção imperial reserva internamente grandes corredores, janelas enormes e escadarias de madeira. São muitas recordações. Dona Alice na primeira série garantiu berros tão altos nos ouvidos de seus alunos que até hoje posso ouvi-los. Eram broncas homéricas pelos erros de escrita e leitura. A simpática senhora de cabelos tão armados e brancos alternava momentos de ternura e ira. Em algum ano desta época saí em uma foto do jornal anunciando o início do ano escolar. Na terceira série, a escola entrou em reformas e fomos transferidos para o prédio do Instituto Alan Kardec. Nossa professora chamava-se Dona Glenda. Não berrava, não gritava e jamais deu bronca em alunos apesar de merecerem. Era tão terna e meiga que ficávamos sem coragem de desrepeita-la. Foi a primeira professora a falar pra gente, sobre coisas que nossos pais jamais ousaram falar. Olha como é a memória da gente. Ela falou num dia nublado com muita chuva que as meninas jamais deveriam andar arcadas para frente para evitar que seus seios crescessem de forma errada. Puxa vida! Seios! Que professora corajosa! Aos meninos ela sugeria banho! Muito banho! Para ela não tinha coisa pior que homens fedidos. E a gente ia fazendo conexões... Meninas que crescem sem arcar as costas e ombros, tem seios bonitos e eles são nossos na medida que tomarmos banho... Dona Glenda nos marcou por essa e muitas outras. Ensinava com carinho, matemática, português e sentimentos pela vida e pelo corpo. A quarta série foi tão medíocre. Acabei repetindo o ano nem lembro porque. Mas aquela quarta série foi inesquecível. Descobri para que serviam aqueles longos corredores da escola Carlos Gomes. Achava que eles serviam para nos dar medo, para que a gente não ficasse passeando na escola. Na quarta série, a Roberta “coleguinha” de sala, alta e bonita. Mas na época achava que ela arcava as costas porque não tinha seios. Mas eu tomava muitos banhos. Foi o primeiro beijo após o final daquelas festinhas de final de ano com aqueles manjados “amigos secretos”.
Eu, 1972 de mala pronta para a grande jornada escolar.

                        Na quinta série, a adolescência mudou a visão das coisas. A escola virou “point”. Boa parte dos meus amigos além de mim, morávamos perto da escola e a quadra de basquete construída no final dos anos 70 virou nossa grande motivação para ir à escola. Adorava basquete. Mesmo gordinho era um “craque”. Pedi pra minha mãe em 1977 comprar um tennis All Star vermelho. Pra irritar os invejosos era chamado de “pés de tomate”. Volta e meia era “cestinha” dos nossos jogos que após as aulas iam até o anoitecer. O professor Renato de Ciência tinha cara de cientista mesmo. Tinha sotaque estranho, talvez vindo de algum país do leste europeu, exigia que suas aulas fossem no laboratório da escola. Fefeco era o professor de Educação Física. Me deixou várias vezes fora do time de basquete da escola em jogos fora, só porque era gordo e faltava confiança. Um dia com ele estreei minha rebeldia. O mandei para aqueles montes de excrementos conhecidos como fezes e fiquei meses de suspensão. Na festa junina de 1976, a gente era obrigado a dançar quadrilha. Meu par era a Ângela. Magrinha, medrosa e chorona. De última hora me colocaram com a Márcia. “Ousadinha” e mais confiante de si, acabei achando o máximo porque ela fazia parte daqueles colegas que todos admiram. E não é que a Ângela que foi dançar com o Messias fez xixi no meio da quadra diante de centenas de pessoas? Já adolescente não levava tão a sério as lições da dona Glenda da terceira série. Os seios das meninas cresciam independente de qualquer coisa. Tomávamos banho, mas nem tanto! Os interesses mudaram e de tanto mudar me fizeram esquecer de estudar para passar de ano na sétima. Maldita matemática! Dona Yaeko não teve dúvidas em dizer pra minha mãe que eu não sabia nada de matemática. Na nova sétima série em 1978 o professor Zé Roberto nos fez aprender matemática na marra. Para ele todo aluno que não aprendia sua matéria era um “lazarento” por natureza. Estudei tanto que tinha nota em setembro para ser aprovado, inclusive em matemática. Mudei de escola mas os anos de Carlos Gomes ficaram na memóriaeternamente!

sábado, 21 de dezembro de 2013

O estraga festa.

De tão "perfeitinha" essa época do ano que sobra espaço para tudo quanto é tipo de caricatura sobre felicidade.
Eis que próximos de mais um Natal, revemos pela "enésima" vez um filme que já conhecemos seu roteiro de tão surrado. E vem as balelas impostas pelo comércio que na ância de faturar o 13° da moçada, diz vender a felicidade sob todos os tamanhos e cores. E vem as religiões trazendo também suas mensagens doutrinárias que trata-se de tempo de "revisão" de vida, amansar o coração e aumentar o dízimo. É assim todo ano! Espalham-se além dos enfeites natalinos, totalmente díspares com nosso clima (neve, trenós, renas, pinheiros), as míseras caixinhas de "Boas Festas" instaladas em balcões de comércios, estacionamentos e botecos. Paro o carro no mesmo estacionamento o ano inteiro. Caixinha no fim do ano? "Fala sério!" "Já te homenageei o ano inteiro," disse ao dono do estacionamento que sem graça, me agradeceu do mesmo jeito. São esses costumes bestas impostos por tantas transposições culturais. Não tenho nada contra o Natal. E também nem a favor. Creio apenas que podemos passar essa época do ano de forma mais comedida. Menos comilança. Menos bebida e menos gastos e dívidas. E também como historiador, não tenho como jogar embaixo do tapete as origens pagãs da festa. Basta meia hora de boas leituras sobre a História da Mesopotâmia e você vai encontrar "links" com o Natal. Divindades totalmente opostas aos símbolos do cristianismo. Nomes estranhos como Marduk, Zagmuk e Saturnais englobam o que existiu de mais pecaminoso do ponto de vista cristão. Bebedeiras, orgias, brigas, glutonarias etc... A entrada de Jesus na História e a absorção de sua vida e exemplos como movimento religioso, transpôs para o Cristianismo como movimento fatos, datas e nomes de diversas culturas, inclusive as pagãs. Bom, de resto todos sabem. O século XX popularizou as festas de fim de ano através de um pesado marketing que descobre a época como uma mina de ouro para ganhar dinheiro. Nos anos 30, uma campanha para a Coca Cola, "avermelhou" a roupa de Papai Noel. Institui-se o 25 de dezembro como data de nascimento de Jesus sem qualquer comprovação histórica. No Brasil, a Rede Globo encarregou-se do resto instituindo os "especiais de natal" com Roberto Carlos e suas campanhas insuportáveis, reunindo artistas dublando (muito mal) o jingle "onde a festa é sua onde a festa é nossa..."
O natal da família Griswold é uma síntese do quanto há de rocambolesco nas festas natalinas.
Além dos livros, minhas referências vem do cinema! E sobre natal há uma filmografia infindável. Mais recentemente O Grinch (2000) de Jim Carrey trouxe a tona o "azedume" da turma que não gosta do Natal. Mas é óbvio que os lacrimejantes; Uma História de Natal (1983), "Milagre da Rua 34" (1994) e A Felicidade Não se Compra (1946) se ajustaram mais ao tema preservando os tais valores fraternos que transformam as pessoas nesta época. Citaria uma bela crítica ao consumismo desenfreado da época com Um Herói de Brinquedo (1996) com Schwarzenegger numa comédia impagável. O período do natal é citado em muitos outros filmes. De forma ordinária e ácida, sugiro Parente é Serpente, comédia italiana de Mauro Monicelli (1992). Família toda problemática, resolve a causa de todos os seus problemas mandando-os pelos ares (literalmente). Mais recentemente vi pela tv a cabo, Surpresas do Amor com Vince Vaughun e Reese Whiterspoon onde o Natal de fato, é uma época suscetível a desmascarar os pretensos encontros familiares para brindar a data. Mas entre dezenas de títulos, há um que na minha opinião se supera a cada vez que revejo. As imagens deste post já adiantaram. Férias Frustradas de Natal (1989), é uma síntese do que pode significar em seu contexto mais próximo o tal Natal. Chevy Chase é um impagável pai de família que tenta a todo custo proporcionar a mulher, filhos e parentes a "autêntica noite de natal da família americana." E sucedem-se as mais estrambelhadas situações que oscilam do absurdo ao neorealismo destes tempos. Tudo ali é acidamente criticado no roteiro escrito por John Hughes, baseado em seu próprio conto para a revista americana National Lampoon, Natal '59. Tudo dá errado. A ceia, as 25 mil lâmpadas que decoram a casa dos Griswold, os parentes, os presentes e o bônus de natal de Clark (Chase) que não chega e desencadeia até a intervenção da SWAT em seu tresloucado Natal. Além de rir muito, é possível entender nas entrelinhas que o maior valor do dia está aquem de tudo que foi criado para torná-lo tão importante. Na cena final do filme, Ruby Sue, a sobrinha de Clark descobre no céu luminoso a estrela do Papai Noel. Clark responde: "Não é a estrela do Natal e é só o que importa essa noite, nada de grana, nada de presentes, luz ou árvores. Vejam crianças! Significa algo diferente pro mundo todo. E agora sei o que significa pra mim. Tio Lewis interrompe o discurso: "Não é nada de estrela do Natal e sim a luz da estação de tratamento de esgotos...!" Se já viu o filme sabe o contexto, né? Se não, veja o final "explosivo" do natal dos Griswold.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Professor ignorante

Clássico contemporâneo para leitura obrigatória dos professores. Mas é um ilustre desconhecido.

"Na escola platônica, o estudante não adormecia antes de repassar de memória todos os atos e pensamentos do dia, de modo, a não esmorecer no seu empenho de autoconsciência ; e na manhã seguinte se aparecesse despenteado ou mal vestido, não era admitido em classe: a ordem no interior da alma devia refletir-se numa aparência física limpa e saudável." Fragmento da obra de Olavo de Carvalho, O Imbecil Coletivo II, 1998, página 156. Pois bem caro leitor, pensando na citação fiz a transposição da alegoria do aluno grego na Antiguidade para a imagem do professor contemporâneo brasileiro. Algo que sempre incomodou-me enquanto docente, foi frequentar a sala dos professores das escolas em intervalos, saídas e entradas. Poucas ou raras vezes podia dialogar algo que estivesse além do simplismo imbecil que fosse além de futebol, clima, culinária e por vezes até ouvir as mais ignóbeis piadas. Como docente sempre acreditava que era obrigação uma atualização constante na literatura e na conjuntura. "Que nada, sala dos professores é lugar de relaxar!" Bradava as professorinhas empunhando seus catálogos de cosméticos, desodorantes, recipientes plásticos etc. Quando não a receita televisiva de um quitute qualquer impressa em equipamento exclusivo para produção de cópias de provas para os alunos. Me sentia mal. Sempre achei abjeto esse mundo, mas por quase duas décadas foi meu habitat profissional. Das poucas vezes em que fiz tais observações, me tornei o "chato", o "incomodado" e "insociável" mesmo quando queria discutir algo mais "mundano" como um artigo de revista ou um filme nos cinemas. Mas tinha que admitir que as asneiras soltas neste mundinho eram menos penosas que as intermináveis lamúrias sobre a lida na sala de aula. Por quantas vezes sugeri a colegas que desistissem da profissão de tanto que reclamavam. Eis, do meu ponto de vista a miséria intelectual de nossos artífices da Educação pública. É possível entender uma das causas da indigência de desempenho dos alunos, refletido na alma dos nossos docentes, desconhecedores desde tempos remotos as esperanças da escola platônica. Uma alma limpa e saudável, fruto de leituras que subsidiassem um dia a dia menos indigente nas escolas. Das leituras que fiz, a que mais me condoeu de não discutir com colegas de profissão foi a obra do filósofo argelino Jacques Rancière, O Mestre Ignorante, Autêntica Editora, 2002. 
"A ignorância do mestre é da desigualdade. O princípio, a igualdade, é um axioma a ser verificado."
Trata-se de uma obra filosófica que propõe uma emancipação complexa pelo conhecimento. Parte dos relatos de Joseph Jacotot, professor e revolucionário francês exilado em 1818 em razão das efervescências políticas de época. Nos países baixos europeus vive uma aventura intelectual reveladora. Ensinar a língua francesa a um grupo de jovens flamengos sem o mínimo conhecimento do idioma local. Sua ferramenta de interação com os jovens foi uma obra mitológica grega, Telêmaco, que instiga os alunos a uma investigação pelo francês para a compreensão de seus contextos. Enfim, Jacotot, atinge no ápice de sua aventura intelectual o envolvimento pleno de seus alunos pelo idioma francês. Partindo deste ponto Rancière propõe 5 lições sobre a emancipação intelectual. Ao educador contemporâneo é necessário sabê-las. Compreender como um dos fatores essenciais, a nossa plena ignorância sobre as armadilhas nas relações de ensino, quem mal imaginamos. A ignorância de Jacotot foi desconhecer fatores invisíveis no anseio intelectual dos seus alunos. Superou metafisicamente o improvável. Seus alunos aprenderam sem que teorizasse nada. Em nossas escolas brasileiras, docentes mal se comunicam com seus alunos, quanto mais ensiná-los. Me dê outros motivos pela penúria atual. Se há prerrogativas endógenas sobre o aluno na discussão, entendo que o livro é mais que um alerta aos docentes. Sobre o mestre emancipador, Rancière escreve: "Eles (alunos) haviam aprendido sem mestre explicador, mas não sem mestre. Antes, não sabiam e, agora sim. Logo Jacotot havia lhes ensinado. (...) Ele havia sido mestre por força da ordem que mergulhara seus alunos no círculo de onde eles podiam sair sozinhos (...)" A obra é essencial a qualquer educador. Deveria estar nas bibliografias dos concursos de seleção de professores e nas dos cursos de Pedagogia. Um escape ao "paulofreirismo" em voga no país. Muito adequado ao modelo de educação política de esquerda reinante no país a anos e sem qualquer resultado prático! "Mas como admitir que um ignorante possa ser causa de ciência para um outro ignorante?" Para encerrar esse post, reproduzo uma citação interessante do site da Revista Cult sobre o livro de Rancière: 'Em 2002, uma de suas principais obras, O mestre ignorante, foi traduzida e distribuída gratuitamente entre professores em formação no Rio de Janeiro. Trata-se da história de Joseph Jacotot, que, no século 19, ensinou a língua francesa a jovens holandeses da classe operária. Detalhe: nem mesmo o professor conhecia o idioma de Zola."
FONTES:
Carvalho, Olavo O Imbecil Coletivo II ; Rio de Janeiro : Topbooks, 1998.
Diversos Cadernos de Anotações Seminários GEPEC 2003, UNICAMP.
Rancière, Jacques O Mestre Ignorante; trd Lílian do Valle, BH : Autêntica, 2002.


domingo, 15 de dezembro de 2013

Interatividade Reversa (Futebobos - Ed Especial)

Publicado no Facebook 14/12

BOMBA! BOMBA! ESCÂNDALO! Foto antiga revela que blogueiro que escreve contra o "esporte do povo" em posts denominados "Futebobos" jogou em time amador. Teu passado te condena "mané!" Descobrimos! Aproveitamos a puxamos a ficha do sujeito como "atleta". Nome do time que jogou: GRUNE (Grupo Nova Esperança) - Posição: lateral esquerdo - Quantidade de jogos: 1 - Gols marcados: 2 - Ano: 1989, agosto. Segundo nossos cronistas o blogueiro jogou uma partida, "solteiros X casados". Marcou dois gols no "seu" Germano. O goleiro de 60 anos pelo time dos casados. O segundo gol aos 18 minutos do segundo tempo foi de cabeçada. O zagueiro dos casados, seu Manoel foi bater o tiro de meta. Ao chutar a bola, a mesma encontrou a cabeça do nosso blogueiro nervosinho. Dois a zero pros solteiros! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Agosto de 1989. Jogo comemorativo do II Encontro de Casais com Grupo de Jovens/Sta Mônica - Clube Particular. "Atleta" circulado na foto é o autor da série Futebobos.
Carregada de ironia, o post acima publicado em uma grande rede social, trás a tona o eixo desta pequena teoria. De onde vem tamanha antipatia por algo que é tão popular? Ainda mais de alguém que se apresenta como esclarecido e definido socialmente como educador. A responsabilidade vem do amadurecimento e da mais "perigosa" das ações na vida de uma pessoa. A leitura. O antropólogo uspiano Luiz Henrique de Toledo, em um dos volumes da coleção Descobrindo o Brasil, define bem em "No País do Futebol (2000)." (...) "E é dessa paradoxal falta de consenso que se articular uma identidade negociada e sempre inacabada, diversa de algo tomado como estático ou universalizante. Mais do que um mero espetáculo consumível, o futebol consiste num fato da sociedade, linguagem franca de domínio público (...) que reencanta a dimensão da vida cotidiana através da estética singular." Trata-se da conclusão do livro. Em busca de uma definição para o futebol, o autor encontra na pluri diversidade de seus conceitos, até a possibilidade de odiá-lo como dimensão compreensiva cotidiana. Em meu caso especificamente, associaria a paixão pelo esporte, por algum time e pela seleção como uma manifestação infantil, imatura e desapegada de um complexo conhecimento de mundo. Ou seja, na medida em que fui me tornando adulto, ganhando gosto pela leitura e pela paixão dos estudos, o futebol inseriu-se numa sub dimensão cotidiana. Flagrando fanatismos diversos de torcedores, a incorporação da corrupção ativa no esporte assim como na política, descobre-se que não há o purismo das cores dos times e tão pouco na singeleza das jogadas dos gênios. Nos anos 80, um escândalo envolvendo arbitragem revelou um esquema vergonhoso de compra de resultados de times do porte do Atlético do Paraná e do Corínthians. E vieram as frescuras dos "gênios indomáveis" da Copa de 1994 como Zagalo e Romário. Do histerismo descontrolado do Galvão Bueno narrando os jogos da seleção. No início da década passada novos escândalos envolveram o Rei Pelé e suas empresas na compra de exclusividade de patrocínios. Bem como as armações da Fifa, então comandada por brasileiros. Ainda segundo Luiz Henrique de Toledo, a intensa massificação do esporte via mídia fez com que; "o futebol se projetasse como um esporte de grande apelo popular." Eis outro ponto de distensão com minha antiga paixão pelo esporte. Brigas e mais brigas entre torcidas. Mortos nos estádios. Pouca ou nenhuma alteração no quadro tendo em vista as cenas chocantes entre o mesmo Atlético do Paraná e o Vasco. Inserido até o pescoço da cultura popular, o futebol deixou-se desnudar na vida pra lá de "profana" de seus ídolos. Na realidade, homens normais que se tornam de um dia para outro, milionários em razão do esporte inebriam-se na doce vida com várias mulheres, carros, fama e baladas. Esse mundo não é o meu. Passei a detestá-lo e faço sim propaganda contra. Da comparação do "Pão e Circo" onde a inconsciência coletiva dos romanos era sim manipulada pelo poder vigente, creio que hoje o brasileiro reconhece também todas essas mazelas do esporte. Não se desvincula pelo fato do tema ser agregador nas mesas de boteco, nos almoços de domingo, nos aniversários de buffet infantil onde a pobreza intelectual e o abandono da escola e dos estudos, permite mesmo apenas esses papinhos furados sobre o que ocorre dentro e fora dos gramados. Fecho este texto com outra citação de Toledo; "É como se ele conferisse à identidade nacional uma marca indelével, inscrevendo no corpo e na alma de milhões de brasileiros seu ritmo e sua temporalidade, sua estética, sua beleza e um determinado sentimento "diagonal" (...) Verdade mesmo Toledo, por essas e outras que somos tão obtusos na compreensão de nosso país. É mais fácil tecer uma teoria de porta de botequim sobre o time "x", "y" do discorrer sobre um teórico, filósofo, historiador ou qualquer outro cientista, porque nunca se leu nada a respeito, pouco interessa e causa um tremendo mal estar. 
O gosto pela leitura e a compreensão madura dos fatos foi o que acendeu meu senso crítico. Não vejo, não torço e não acho nada normal qualquer tipo de "fanatismo" envolvendo coisas do futebol.


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Aventura Fittipaldi

Olhando com mais atenção nossa história, vamos encontrar brasileiros geniais e empreendedores. Sujeitos ousados diante do seu tempo. Em vez de "protestos" e discursinhos rancorosos contra o sistema, quase de forma silenciosa foram à luta. Deixaram um legado incomparável e incontestável. Em cada área vamos encontrar o gênio de um setor. Barão de Mauá abriria a lista de muitos que 
poderíamos com certeza incluir Amador Aguiar, Roberto Marinho, Silvio Santos e Antonio Ermírio de Moraes em se tratando de redes de comunicação e setor industrial. Nos esportes, prefiro entender que a família Fittipaldi deixou um legado para a história do automobilismo brasileiro que com certeza, jamais será superado. Emerson talvez tenha reunido em torno de si toda essa expansão. Só mesmo um gênio das pistas poderia no auge de sua carreira, trocar o conforto de um bi campeonato de Fórmula 1 e partir para um projeto quase insano para época. A construção de um carro e uma equipe de F1 genuinamente nacional. E assim a família Fittipladi partiu para esse projeto em 1974. A despeito dos críticos da época e os tantos problemas surgidos, os feitos do projeto são admiráveis. Emerson não ganhou corridas com o Fitti FD como cansou de fazer na Lotus e McLaren. Tão pouco foi campeão pela categoria Top do automobilismo mundial. Mas abalou o circo da Fórmula 1 mostrando inovações técnicas. Busquei pra resumir nos arquivos da Revista Racing e um livro do Luciano Pires (Brasileiros Pocotó), os dados sintetizados abaixo:
Equipe Copersucar Fittipaldi - 8 temporadas na Fórmula 1
Total de pontos da equipe = 44 
Melhores posições: 1 segundo, 2 terceiros, 5 quartos, 4 quintos e 7 sextos.
Detalhe: A Williams campeã por vários anos e ainda hoje na categoria somou na mesma época 21 pontos
Mundial de 1978 = Somou 17 pontos. Ficou na frente da McLaren, Willians, Renault e Arrows.
1980 = A Fittipaldi ficou 11 pontos à frente da Ferrari e Alfa Romeo.
É parte dos grandes feitos da equipe de Emerson e seu irmão Wilson. Mas apesar disso, em 1983 por falta de apoio e patrocinadores a equipe fechou. Nomes famosos fizeram parte do time. Keke Rosberg por exemplo, pilotou pela equipe e no ano seguinte foi campeão pela Williams. Hoje seu filho Nico é piloto da Mercedes. Adrian Newey foi projetista na equipe de Emerson. Hoje é o responsável pela imbatível Red Bull. Mas o que importa é o legado deixado. Emerson com o fim da equipe foi para os EUA e foi campeão pela Indy. Um gênio dentro e fora dos carros. Orgulho nacional.