segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Estado policial

O direito "sagrado" de qualquer classe de trabalhadores para um movimento grevista é horizontalizado. Nenhum grupo pode ser privado de tal direito. Em se tratando de Brasil, setores essenciais como Saúde, Educação e Segurança, possuem os piores salários do mundo, portanto passíveis de greve. As perdas e desvalorizações de tais carreiras são históricas. Os acertos hoje dos níveis salariais de tais categorias, mostram-se quase "impossíveis" diante de alguns consensos sociais que determinados setores, que não estes, podem ganhar fortunas e nada se faz, além de uma "grita" quase inútil de certos setores da mídia e alguns apresentadores de determinados programas policiais. Como se sabe, o mais recente episódio desta falácia nacional, está ocorrendo no Estado da Bahia. Mediante um salário pífio de R$ 1.900,00 para soldados e pouco mais de R$ 2.300,00 para cabos e sargentos, há quem diga que "os salários não estão tão ruins assim..." A "bobagem comparativa" se deve ao fato do desconhecimento que a população brasileira tem hoje do que é enfrentar diariamente uma luta pela sobrevivência no "ambiente de trabalho." Sendo professor, sou também testemunha do quanto o tal "povo brasileiro" tem castigado a classe docente. Pelo desvario hipócrita de acharem que somo meros serviçais das sanhas adolescentes. Agora que me digam o sofrimento de enfrentar tal povo nas ruas. Com a polícia de braços cruzados, o tal povo deu a resposta. Não na sua totalidade. Rompendo com todas as premissas do Estado de Direito, a resposta à greve foi uma explosão de violência. Bandidos, vagabundos, párias sociais ampliaram seu poder para o crime na medida em que as forças policiais se encastelaram em seus quartéis. A PM como a entendemos hoje é uma herança histórica dos tempos de regime militar (1964 - 1984). Tal setor da segurança teve seus raios de ação ampliados como sustentação de governos autoritários. Na medida em que a democracia voltou, as PM de todo o pais, ainda procuram reconhecimento e um novo espaço na estrutura do Estado. Passou a ser força essencial na segurança pública. Ruim com ela, pior sem ela. A violência social brasileira é histórica como sabemos. As forças de segurança atenuaram, mas jamais conseguiram deter o crime que se metamorfeseia nas mais diversas faces. Na Bahia neste momento, se há um avanço do mundo do crime, a "malandragem do povo brasileiro", o "tal jeitinho" mostrou sua cara. Vandalismo e saques em supermercados vão além do poderio de contenção da PM. Trata-se de um perfil cultural brasileiro. Horrível, patético, ridículo e imoral. A Justiça brasileira precisa urgentemente ganhar estatura e amedrontar o cidadão pelo rigor do cumprimento da Lei e pelo sufocamento da impunidade em qualquer estância!

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