domingo, 26 de fevereiro de 2012

Dama da História

Às vésperas da Revolução Cubana (1959), o então comandante Fidel Castro, após frustradas tentativas de derrubar o então presidente Fulgêncio Batista, foi preso e em seu julgamento, advogando em causa própria, proferiu um dos mais conhecidos bordões da política contemporânea; "a História me absolverá..." A lembrança foi mais do que presente quando as luzes do cinema se acenderam com o "the end" do belo Dama de Ferro (The Iron Lady, 2011, direção Phyillida Lloyd). Alternando as crises de alucinações, solidão e todos os limites que a idade e a aposentadoria trazem com o vigor idealista e político de Margareth Thatcher, o filme é uma excelente aula de História para as novas gerações que desejam entender as crises econômicas atuais na Europa. Numa Inglaterra conservadora, Thatcher chega ao poder máximo derrubando desde o machismo secular do poder inglês até as ultra potências de esquerda então nos anos 80 postados no Trabalhismo britânico. A Dama de Ferro, assim "titulada" pelos soviéticos foi para a guerra, literalmente contra os gastos excessivos do estado, contra os aventureiros argentinos nas Malvinas e até no seu alinhamento com os Estados Unidos, então comandando pelo não menos polêmico Ronald Reagan. Atento aos diálogos percebe-se ao discurso premonitório da quebra da Grécia e na falência do estado de bem estar social europeu. Há falas do tipo "tudo deve ser pago, nada de graça, se não as pessoas não dão valor..." Sua queda após dez anos de poder (1979 - 1990), começou na resistência com o que hoje cada europeu tem pesadelos, a própria União Européia. De fato, a História deu razão a Margareh Thatcher. Agora, a interpretação de Meryl Streep é um capítulo à parte dentro de outra História, a do cinema.

Um comentário: